Capítulo 10 [N]

Quando ele pensou que tudo tinha terminado, a grande massa de energia assassina que estava o esmagando, de repente desapareceu. Ele ficou totalmente confuso. Já havia aceitado seu destino e, mesmo assim, foi poupado? Ele sentiu como se tivesse tirado toneladas de cima de seu corpo. Ao abrir novamente seus olhos…

  • Calma, calma. Controle seu nervosismo. Não queremos que o mundo seja destruído com tamanha pressão – O Senhor dos Céus, que estava até o momento sem falar nada, de repente entrou no meio e interrompeu imediatamente toda aquela energia massiva.

O Imperador das Trevas, cruzou os braços e retrucou o Senhor dos Céus.

  • E o que vem de bom em resolver tudo na calma?! Só temos que cortar o mau pela raíz.
  • Sabe, crianças aprendem com o erro, e através desse, ela amadurece. Mas se bem que crianças que costumam ser malcriadas de vez em quando merecem um pouco de castigo. – resmungou levemente o Senhor dos Céus com algumas gargalhadas.
  • Hump, então, já que do meu jeito não serve… Resolva isso por si mesmo. – depois de ser retrucado, furioso, o Imperador das Trevas então deu um passo pro lado, e ficou com os braços cruzados resmungando para si mesmo.

Com isso, aquela situação passou a ser tratada com o Senhor dos Céus.

  • Senhor Catureu, faz quase 3.764 anos que você começou a trabalhar aqui no Purgatório. Tu que participaste de vários treinamentos e estudos para ser um Coletor, aprendeu todo o básico de controle da energia espiritual. Depois, aprendeu o sussurro da morte, e logo em seguida, aprendeu o manejo da foice da morte. Você, que foi um excelente estudante, ficando sempre entre os melhores, realmente não entendo o que aconteceu contigo.

De cabeça cabisbaixa, Catureu ouve silenciosamente o que o Senhor dos Céus lhe diz.

  • Como você sabe, neste plano astral, tudo tem vida. Seja as pedras, que são o berço da vida e da morte, ou plantas que são importantes para a criação de alimentos e do oxigênio usando sua fotossíntese, ou os animais, que fazem a disseminação das sementes por toda parte, criando vida onde não teria. Ou até mesmo um grãozinho de areia, que tem seu papel determinado desde sua aparição. Tudo e todos, por mais que pequenos ou que pareça inútil, tudo tem um propósito de existência. Inclusive os seres humanos a quem você tanto odeia.  Seu primeiro cargo oficial foi recolher as almas das pedras e plantas que vieram a desaparecer do mundo inferior. Seja neste cargo, ou recolhendo as almas dos animais que morriam, você sempre teve respeito à vida e à morte desses pequenos seres, então não consigo entender, quando foi que você começou a desviar de seu caminho e seguir tal caminho de desgraças?!

            Ao encarar toda aquela sinceridade e preocupação que o Senhor dos Céus demonstrava à ele, Catureu respondeu:

  • Senhor, realmente não sei o que houve comigo. Não mereço tais palavras de um ser celeste.
  • Besteira, você é um de nossos preciosos filhos, e isso não vai mudar… Dito isso…

Mudando a entonação da voz, com o rosto sério, o Senhor dos Céus falou:

  • Mesmo que uma criança faça algo errado, os pais não podem passar as mãos na cabeça e deixar por isso mesmo. Você realmente trabalha arduamente para completar suas missões, ama sua profissão mais que qualquer Coletor, talvez você seja o mais talentoso entre todos eles, já que você domina todas as técnicas de Coletor, como se fosse algo natural… Mas você peca em algo muito importante. Lhe falta respeito, humildade e sinceridade com os seres mais fracos. Apesar de você amar e respeitar a natureza, você despreza aqueles que foram feitos pela imagem e semelhança de nós, os Celestes. Desprezando-os e zombando-os desta forma, não é o mesmo que desprezar e zombar de todos os seres Celestiais?!

“Entendo, parece que deixei-me levar pela ganância e ignorância e esqueci tudo que eles me ensinaram todo esse tempo”, Catureu, finalmente refletiu todas as suas ações e pecados que teria cometido.

  • É por isso, que mesmo sendo nosso filho, não podemos te dar nenhuma colher de chá! Então, por conta disso, estamos lhe dando uma justa causa, por conta de seus atos.
  • Eu… Entendo agora, senhor. Mereço por isso, e aceito humildemente qualquer punição que estiver por vir.

“Estou me sentindo um lixo. Esqueci tudo que me foi ensinado e acabei desobedecendo às ordens diretas. Eu mereço ser punido, não mereço exercer tal função”. Estou pronto para ser eliminado completamente deste plano astral, meu senhor. – Catureu aceita sua punição, ter sua existência eliminada, como se nunca tivesse existido naquele universo.

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