Capítulo 11 [N]

“Por todos os pecados que cometi ao manchar o solo sagrado do Purgatório… pagarei com minha existência”, ajoelhado enquanto esperava sua punição final, Catureu apenas abaixou sua cabeça e esperou pelo seu fim.

  • Bem, sobre isso… estivemos conversando e… como somos uma entidade em que mesmo num julgamento, podemos ter compaixão, estivemos conversando e resolvemos lhe dar uma chance para que você possa se redimir por todos os seus atos.
  • Oi?! Então não vão apagar minha existência?
  • Sim, apesar de todo o mal que você tenha causado, você também fez boas ações, não seria justo te punir diretamente levando em consideração apenas seus erros.

            Com sua face de “eu não tô acreditando” estampada na escuridão da touca de sua roupa, ele deu um intenso suspiro. Bem, mas nem sempre a alegria dura tanto.

  • Bem, apesar de não ser apagado, se eu fosse você não ficaria tão animado não… Ou melhor dizendo, alegre-se, você só terá uma leve punição nossa.. 
  • (…) Então no fim, eu serei punido de qualquer forma, não é mesmo?!
  • Lógico! Apesar de você ser um dos nossos queridos filhos, você cometeu vários crimes e, por conta disso, será punido de acordo com o mesmo. Mas antes de passar sua punição, vamos dar uma mudada para um local mais apropriado.

Com um simples estalar de dedos de ambos, o Senhor dos Céus e o Imperador das Trevas, a sala começou a se despedaçar por completo como um delicado cristal, dando lugar a um grande espaço ao que parecia infinito totalmente negro. A única luminosidade daquele lugar era uma densa energia que emanava em torno dos três seres presentes.

  • Bem… continuando nossa conversa, você gostaria de explicar Imperador? – perguntou o Senhor dos Céus olhando para o Imperador das Trevas.

Já fazia algum tempo em que ele não dizia nada, só escutava com a energia de uma pessoa rabugenta. Mas, pelo que parecia, ele já teria esfriado sua cabeça.

  • Tchê, tanto faz… – respondeu de modo ranzinza, aceitando. – Sua nova missão… será morrer aqui e agora!
  • (…) Hã?! Oi?! Como assim?! … Então, no fim das contas… eu vou morrer de qualquer maneira?! – perguntou Catureu, espantado depois de alguns pensar por alguns segundos tudo que acabou de ouvir.

“No fim, vou acabar morrendo… Eles estão brincando com minha cara?!”, pensou-o enquanto tentava entender o significado por trás daquelas palavras.

  • Aff, você é um retardado por acaso?!  Deixa eu finalizar logo, merda! Quando falei pra você morrer… é deixar esse plano astral e renascer em um completamente diferente.

“Estou entendendo cada vez menos”, pensava Catureu, enquanto fazia uma expressão de mais e mais dúvidas.

  • O que o Imperador está tentando dizer é que você irá renascer em um universo completamente diferente do nosso pra cumprir sua punição… ou melhor dizer, sua missão. – o Senhor dos Céus continua a conversa, interrompendo completamente o diálogo dos dois.
  • Mas nós, os seres espirituais, não renascemos.
  • Pois é, né! Pois parabéns! Você será o primeiro ser espiritual em toda a nossa história astral a renascer como um ser mortal. – informou-o em com um tom debochado ao agente.
  • O qu-…

“Como assim?! Eu, a Morte, serei um mortal? Isso não pode ser possível!”, Catureu completamente desnorteado com aquela conversa, negava-se cada palavra que entrava em seus ouvidos.

  • Enfim, quando chegar o momento, você irá entender. Mas por hora, explicarei apenas superficialmente… Ei, ouviu o que eu disse?
  • Oi?! Ah, sim, ouvi.

Então, lentamente, o Senhor dos Céus começou a explicar os detalhes da missão.

  • Você renascerá num universo completamente diferente deste, onde as leis do universo diferiram diretamente a base evolutiva de todos os seres que ali habitam. Um lugar em que voar ou qualquer coisa do tipo pode ser feito. Você terá que aprender do zero todo o sistema daquele universo. E isso acaba a explicação de como o mundo funciona. E sem perguntas.

“Voar? Evolução? Queria perguntar algumas coisas, mas parece que não me é permitido”, questiona-se, Catureu em sua mente.

  • Continuando… Agora falando sobre sua missão. Você renascerá no corpo de uma criança cuja habilidades serão questionáveis durante toda sua longa jornada. Por conta delas, você poderá ser abençoado ou amaldiçoado… Você aprenderá na pele o significado de empatia.
  • Eu serei uma pessoa amaldiçoada?
  • Bem, vou deixar isso por sua conta. Mas lembre-se, um poder nada mais é que uma extensão da sua alma, com tal ferramenta, poderá auxiliar uma pessoa, bem ou mau, trevas ou luz, tudo isso é como uma moeda que possui duas caras, o que importa é a qual o coração irá seguir.

Catureu continuava escutando e memorizando cada detalhe enquanto ouvia,

  • (…) Mas enfim, atualmente, este universo está por um fio da destruição, por conta do mau que o assola. Não existem deuses, mas é infestado de demônios. A palavra esperança já quase perdeu o seu brilho. Sua missão será, junto com as antigas encarnações dos Cavaleiros do Apocalipse, encontrar uma forma de salvar esse mundo e trazer um novo ciclo de paz. Para isso, tanto você, quanto eles, terão que passar por várias provações até chegar ao seu destino. Vocês terão que criar um novo mundo… E então, alguma dúvida? Fácil, fácil, não é mesmo?
  • Oi? Quê?!!! – Ele dá um berro, de tão incrédulo e pasmo que ficou ao ouvir isso tudo.
Compartilhe com seus amigos:
Escrever um comentário

Deixar um comentário

error: Conteúdo protegido!

Entre em contato conosco